Faz-se necessária a distinção entre água e recursos hídricos. Água é um bem da natureza que está no planeta há bilhões de anos. É o ambiente onde surgiu a vida e componente de cada ser vivo. Por isso, o supremo valor da água é o biológico. Recurso hídrico é uma parte da água usada pelos seres humanos para alguma atividade, principalmente econômicos. A água é um conceito muito mais amplo que recurso hídrico, embora sejam indissociáveis.
A questão é que o uso da água hoje
é muito mais intenso que em algumas décadas atrás. Hoje, a média mundial é que
da água doce utilizada, 70% destinam-se para agricultura, 20% para indústria e
10% para o consumo humano. Esse uso intenso da água, principalmente na
agricultura e na indústria, ocorre num ritmo mais acelerado que a reposição
feita pelo ciclo natural das águas. Dessa forma, muitos mananciais estão sendo
eliminados pelo sobre uso que deles se faz. Portanto, a chamada "crise da
água" é de quantidade e qualidade, não por razões naturais, mas pelo uso irresponsável
que o ser humano dela faz.
O crescimento populacional ajuda
agravar a situação. Nesse sentido, a crise da água é progressiva. A posição da
ONU é clara, ou se muda o modo de gestão das águas, ou essa será pior crise que
a humanidade já enfrentou em sua história sobre o planeta. Sem dúvida a chave
da questão está no intenso uso agrícola e industrial da água. A água ainda é
usada para navegação, pesca geração de energia elétrica, uso doméstico em
geral, além de outros. É o chamado "uso múltiplo da água". Porém,
quando se constata que 70% em média vão para a agricultura, é preciso se
perguntar que agricultura é essa que consome água em tamanhas proporções que
chega a desequilibrar o próprio ciclo das águas. É uma agricultura de primeira
necessidade, ou é uma agricultura que visa produzir permanentemente bens que na
verdade são sazonais, consumidos por uma restrita elite mundial? Essa resposta
é variada e depende de país para país. No Brasil, na região do Vale do São
Francisco, a água é usada para produção de frutas para exportação, ou até mesmo
para irrigar cana para produção de álcool e açúcar. A água é um bem natural
renovável, e o ciclo das águas, desde que respeitado em seu ritmo, repõe os
mesmos volumes de água doce e salgada há muitos milhões de anos. A crise da
água, portanto, tem que ser focada na sua questão chave, isto é, o modo como o
ser humano vem gerenciando a água que utiliza.
Mesmo
havendo água suficiente para todas as formas de vida, desde que gerenciadas com
sustentabilidade, há distribuição desigual da água doce sobre o planeta. Os
países mais pobres de água sofrem com sua escassez particular. Na outra ponta,
continentes inteiros, dentro deles alguns países, têm abundância de água doce.
É o caso do continente latino americano, particularmente alguns países. Tendo
como exemplo o Peru é um país que está situado no parâmetro de
"suficiente". Sua disponibilidade per capta de água hoje é de
aproximadamente 1.790 m³ por ano. Entretanto, a projeção é que no ano de 2025
sua disponibilidade caia para 980 m³ por pessoa por ano. Deixaria de estar na
faixa de suficiente para a situação de estresse. Já países como Brasil,
Bolívia, Colômbia, Venezuela, Argentina e Chile situam-se no parâmetro de
países "ricos", isto é, tem entre 10.000 e 100.000.000 m³/pessoa/ano
no qual contatamos a grade desigualdade entre países e regiões. Já a Guiana
Francesa situa-se na faixa dos "muito ricos", isto é, acima de
100.000 m³/pessoa/ano. Além disso, esse é um continente privilegiado no regime
das chuvas. A intensa precipitação de águas meteóricas sobre o continente,
mesmo com intensa média de evaporação, produz um grande excedente hídrico. Mais
uma vez é necessário considerar os detalhes dentro do continente e dos países.
Por exemplo, Lima no Peru nunca chove. Entretanto, as águas que descem dos
Andes abastecem a capital peruana. Basta compararmos o volume de nossas águas
com países onde realmente ela é escassa para termos uma noção da abundância que
temos, nossos rios são abundantes. As Bacias Hidrográficas tornaram-se hoje a
referência fundamental para a gestão das águas. O Brasil, por exemplo, foi
dividido em 12 grandes regiões hidrográficas, cada uma delas.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
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